10 diferenças Brasil x Espanha difíceis de se acostumar
(Post atualizado em abril/15)
Esse post tá no “forno” há um bom tempo, mas finalmente consegui reunir 10 costumes espanhóis que são diferentes dos nossos e que me levaram um bom tempo para me acostumar – na verdade, acho que ainda não me acostumei à maioria deles. Se você já esteve na Espanha por um tempo vai, com certeza, se identificar com algumas coisas.
1- Aniversário – é o aniversariante que paga
Se no seu aniversário você convida seus amigos para celebrar num bar, prepare-se! Você tem que pagar para todo mundo uma rodada de cerveja/shot. E nenhum deles tem a obrigação de te comprar nada. Se você não paga, pega mal pra você.
2- Falar alto
No primeiro dia que chegou por aqui minha mãe falou: “mas por que o garçom tá bravo com a gente?” e eu percebi que ela dizia isso pela maneira como ele falava, alto e seco. No começo isso também me intimidava muito, mas depois vi que não era grosseria, é so o “jeitinho” deles, rs! Por outro lado, eu acho muito legal quando você tá saindo do bar e o garçom, lá no fundo, grita um “muchas gracias, hasta lueeeeeego!”. Se acaba de chegar por aqui, não se intimide nem pense que é pessoal.
3- Avessos
Aqui, o sobrenome do pai vem antes do da mãe. Pode não parecer nada demais, mas eu ainda acho estranho que meu email do trabalho seja com o sobrenome materno e não paterno – por questão de costume mesmo, já que sempre usei na assinatura o sobrenome do meu pai. Mas o mais estranho é que aqui os casados usam a aliança na mão direita e não esquerda. Logo que cheguei e não sabia disso achava muito estranho ver tantos “noivos” de 50/60 anos por aí…
4- Falar mil vezes hasta luego, adiós, venga, vale
Seja no telefone ou pessoalmente, todo mundo repete várias vezes “adiós”, “hasta luego” y “venga”. E “vale” é a palavra mais pronunciada por aqui e equivale a um “ok”, “tá” “tá bom”. Numa conversa por telefone em que você fala para tal pessoa: “ah, então nos vemos mais tarde. Não esquece de trazer o livro”, é muito provável que ela te responda “vale, vale… venga! hasta luego!” “hasta luego” “venga, adiós!”
5- Sistema bancário
Em São Paulo, eu usava cartão para tomar um café e comer um pão de queijo na padaria, mas aqui não é assim. Obviamente os lugares turísticos aceitam cartão, mas muitos restaurantes ou lojas menores não aceitam ou, se aceitam, estabelecem um valor mínimo meio alto. Perto de casa tem um mercado DIA que só aceita cartão para compras acima de 12 euros. Eu odeio isso! Pagar com cartão na balada é um saco porque não é como no Brasil que você tem uma comanda. Aqui você compra uma bebida e paga na hora…
6- Menú del día
Eu não nego que AMO a gastronomia espanhola, mas se tem uma coisa que eu nunca vou entender é a lógica de chegar num restaurante e ter, de primeiro prato, paella ou massa! Aqui os restaurantes que servem “menú del día” costumam ter: primeiro prato, segundo prato e sobremesa. No Brasil, o primeiro prato seria a entrada, ou seja, uma saladinha ou sopa; enquanto aqui nem sempre é assim. De primeiro, você pode comer uma super paella e, de segundo, um filé de frango com batata frita. Não há dieta que funcione assim…
7- Dublagem
Se você quer ir no cinema ver um filme legendado, pesquise antes (pela sigla VOS – que significa Versión Original Subtitulada) porque a maioria dos cinemas passa filmes dublados. Pode ser os que tenham classificação 18 anos ou os filmes “de arte”, não importa! A maioria das pessoas com quem falo sobre isso diz que ainda é um resquício da ditadura franquista, em que a valorização da cultura nacional era uma obrigação moral, mas eu acho que já virou costume.
8- Tradução de nomes
Pior que a dublagem é a tradução de nomes. Um exemplo? O escritor de “O Capital” é Carlos Marx e quem pintou a capela Sistina foi Miguel Ángel e não Michelangelo. Você acompanhou o casamento do príncipe Guillermo, neto da rainha Isabel? Se você disse que não é porque provavelmente não tem ideia de que estamos falando do príncipe Willian, neto da rainha Elizabeth, lá da Inglaterra. Eles ganharam esses nomes por aqui…
9- Lojas sem números
Nunca entendi direito isso, mas enquanto os edifícios residenciais têm número, os comerciais não têm. Quer dizer, eles até têm, mas o número não tá lá exposto, você tem que “adivinhar”. É uma confusão danada, porque várias vezes você caminha pra caramba se baseando no número dos prédios e acaba passando. Não entendo porque não é mais fácil colocar o número ali…
10- Horários/Rotina
É comum ouvir de qualquer pessoa que levanta antes das 8h que ela madrugou ou então que é um absurdo no Brasil almoçar às 12h. Os horários na Espanha são bem diferentes, tanto em relação a refeições, como trabalho/escola, hora de dormir, horário de bancos e outros prestadores de serviço – e até a “siesta”. Lembro que eu tinha aula até às 14h no mestrado e morria de fome! Agora já acostumei com isso, mas quem chega aqui sofre um pouquinho no começo.
Alguém aí já passou por isso?
Bjs
Estou passando por esse processo de adaptação e, com certeza, o pior são os horários. São quase 13h e eu já estou morrendo de fome, mas o almoço só começará a ser servido depois das 13h30… Ahhhh, uma coisa que é muito diferente também em relação a isso são os “primeros” “segundo”. A forma de organização das refeições aqui é muito diferente e eu tenho a impressão que se come em maior quantidade. Pelo menos para mim, um dos pratos já seriam suficientes. Bom, não vejo a hora de chegar em Sevilha e Madrid (onde aluguei apartamentos) para poder fazer arroz e feijão (atualmente estou em uma residência estudantil em Salamanca). Saudades de arroz, feijão, bife e salada! =)
Flávia,
Aos horários já me acostumei e à falta de comida brasileira também. Deve ser porque a daqui também é muito boa, rs! Mas esse lance de primeiro e segundo prato (primeiro prato massa?? paella??) ainda é muito estranho. Também tenho a impressão de que se come mais, mas acho que o fato de usar o transporte público e caminhar muito ajudam a manter o peso – ou até perder uns quilos, rs!
Haha, também estou passando por isso.
Kimberly, tem algumas diferenças com as quais não me adaptei até hoje, hahhaa!
Muito bom!!! Tem coisas que a gente não entende, mas aceita! 🙂
Hahahah, é bem por aí mesmo, Cris!
Eu estou fazendo medicina no Brasil e penso em ir morar na Espanha, mesmo assim eu preciso de visto para morar aí e trabalha
João, se você pensa em vir estudar medicina, você precisa de um visto de estudante e com esse visto você não pode trabalhar, só fazer estágio de no máximo 20 horas semanais.
Olá queria saber como sao as pessoas da espanha, tem os mesmos costumes do brasil que nao se importam com relacionamentos ou levam mais a serio??
Oi, Ana Aline! Nesse assunto não há como generalizar. Há espanhóis e espanholas que levam os relacionamentos mais a sério e outros não, como acontece em qualquer lugar. A sensação que eu tenho aqui é que eles têm menos medo de compromisso, mas acho que isso é uma percepção minha pelas pessoas que conheço!
Oi Larissa, muito bom o post, é bem isso mesmo, o duro era explicar para o meu namorado, quando ele estava aqui no brasil, que no dia do aniversário eram os convidados que pagavam, por exemplo, o almoço do aniversariante e isso dos cinemas?! sem chance assistir filme dublado, me lembra novela mexicana,rs mas até agora não consegui assistir a um filme com legenda ai na Espanha.
De todos com certeza isso de ficar repetindo é o mais engraçado, só percebi que são assim durantes as conversas com meu namorado no Skype, pelo menos os 2 minutos finais são para “despedida” e no começo quando via ele falando com os pais pelo telefone pensava, quanto amor repetir tantas vezes “te quiero”, “hasta luego”, “besin” e hoje sou eu que passo por isso, rs.
E o gostoso foi ver esse post e me identificar com tudo, ainda estou no Brasil, mas como costumo dizer, com o coração ai, já adoro Madrid, Espanha e tudo que se refere a essa cultura tão encantadora.
Parabéns mais uma vez!
Besitos, hasta luego, hasta pronto, adiós, bye! rs
Hérika, obrigada pelo carinho! Você vai ver que, depois de um tempo morando aqui, algumas coisas do Brasil é que vão te parecer estranhas, rs! Mas filme dublado não dá… não vou acostumar nunca. Hasta luego!
Olá!
Adorei o seu post! Eu estava pensando estudar na Espanha e queria saber qual o horário do início e fim das aulas. Não achei em lugar algum. :O
Oi, Brenda! Você se refere ao horário ou ao ano letivo? O horário varia de acordo com o nível acadêmico e, nas universidades, por exemplo, é bem variado. No meu caso (máster), eu tinha aula três vezes por semana: um dia de manhã, o outro de manhã e à tarde e outro só à tarde, rs. Já em relação ao ano letivo, começa em setembro e vai até dezembro, com pausa de 2 semanas entre o Natal e o Dia de Reis, depois vai até junho, com pausa de uma semana na Páscoa. Julho e agosto são férias de verão.
Sensacional. Muitíssimo interessante.
hahaha! Muito bom, Lari!
Estive na Espanha há seis anos e ainda morro de saudades desse lugar maravilhoso. Não tive problemas com os horários das refeições porque aqui, no Brasil, já tenho por hábito almoçar e jantar tarde. Também porque, quando estive aí, o café da manhã era bem reforçado; então, não ficava faminta.
Quanto aos “platos”, realmente comemos mais, mas são tão saborosos… O que fiz, algumas vezes, foi dividir. Eles falam que um prato não dá para dois, mas, para quem come “normal”, dá tranquilo. E o tamanho dos bifes? Enormes. Outra coisa que, para quem não come carne mal passada, é um problema. Eles acham que bife bem frito é ruim, pois a carne perde seu sabor. Então, por mais que você peça “muy muy hecho, por favor”, ela quase sempre vem sangrando.
Com relação às pessoas, percebi que as mulheres são meio folgadas, e me confirmaram isso. Certa vez, uma furou a fila no Mc Donald’s e teve a cara de pau de dizer que estava com o homem à nossa frente. Foi engraçado ouvi-lo dizer: “No, conmigo no”. E ela teve que ir para o fim da fila.
No mais, Espanha é magnífica. Amo esse lugar!!
Eu adorei o vinho e a cerveja no refeitório fa Universidade. Não sei se temos maturidade pra isso..kkkkk
Não temos meeeesmo! E professor tomando um uísque na “cafeteria” da uni depois da aula 🙂
Muito bom seu post, estudo Letras/Espanhol aqui no Brasil, e tenho muuuita vontade de conhecer de perto a Espanha…
Eu gostaria que você (se possível) em algum momento, pudesse pontuar algumas diferenças entre o Sistema Educativo na Espanha vs Sistema Educativo no Brasil, pra gente ter uma ideia de como funciona as coisas por aí, pois aqui, estão péssimas (como sempre)!
Gracías!
Oi, Emily! Tudo bem? Legal a sugestão, mas eu sempre fico meio reticente de opinar sobre coisas que não conheço da minha experiência pessoal, como a educação infantil até o Ensino Médio. Na verdade, minha única experiência foi com o máster e confesso que ficou um pouco abaixo das minhas expectativas. Mas vou ver se consigo que algumas pessoas colaborem para escrever um post bem completo! Um abraço!